Fifa usará dois sistemas e escolherá um para ser implementado na Copa das Confederações
A próxima edição do Mundial de Clubes, que começa nesta semana, testará pela primeira vez o uso da tecnologia no futebol. Um sistema será instalado nas goleiras japonesas e apontará quando a bola realmente cruzar a linha do gol. O uso da Tecnologia de linha de Gol (GLT em inglês) se concretizou graças a um acordo entre a Fifa e as empresas Hawk-Eye Innovations, que instalará seu sistema no Estádio Toyota, e a Fraunhofer IIS (GoalRef), que ficará no estádio de Yokohama para o torneio.
O Hawk-Eye (olho de falcão), já utilizado no tênis, consiste em um sistema informático que gera imagens da trajetória da bola, através de câmeras de alta velocidade. Assim que a bola cruza a linha, o sistema mandará alerta para o juiz do jogo, legitimando o lance.
No outro sistema, o alemão GoalRef, um microchip é colocado na bola e um campo magnético é criado através de 10 sensores, em toda área do gol. Qualquer mudança nesse campo faz com que o sistema emita um sinal, provando que a bola realmente entrou.
Para que a tecnologia possa ser aplicada, a comissão de juízes responsável pelos jogos será obrigada a verificar seu funcionamento em ambos os gols, afim de certificar que o sistema está perfeitamente operativo antes que a bola comece a rolar.
O objetivo da implementação do sistema é de ajudar os árbitros, mas a decisão final na anulação ou não de um gol será sempre do juiz da partida. "O árbitro será o único a receber a informação e decidirá se foi gol ou se não foi", explicou recentemente Jérôme Valcke, secretário geral da Fifa.
A Fifa estudará os resultados dos dois sistemas usados no Japão e no primeiro trimestre de 2013 decidirá qual dos dois será usado em junho na Copa das Confederações do Brasil, no ano que vem, e provavelmente na Copa do Mundo de 2014.
A International Board aceitou debater sobre a introdução da tecnologia no futebol após a polêmica gerada no partida entre Alemanha e Inglaterra, válida pelas oitavas de final do Mundial de 2010. Na ocasião, um gol do inglês Frank Lampard não foi concedido pelo árbitro mas as imagens de televisão mostravam claramente que a bola tinha cruzado a linha de gol.
Mais recentemente, na Eurocopa de 2012, o caso do "gol fantasma" também gerou polêmica. O ucraniano Marko Devic marcou um gol legal anulado pelo juiz húngaro Viktor Kassai, em partida vencida pela Inglaterra por 1 a 0. A Ucrânia precisava da vitória para ter esperanças de classificação.
Um dia após a partida, o presidente da Fifa Joseph Blatter voltou a falar sobre esta questão na sua conta no Twitter: "Após a partida de ontem, a tecnologia na linha de gol não é uma possibilidade, é uma necessidade".
A International Board é formada pelas federações da Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales, além de quatro membros da FIFA. Para que uma nova resolução passe, é necessário maioria de três quartos da comissão. "Nos últimos anos, tivemos vários erros clamorosos no futebol. Tudo que ajude o árbitro a tomar a decisão correta é válida", afirmou em 5 de julho o secretário geral da federação escocesa, Stewart Regan.
Fonte: Jornal Correio do Povo
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