Gaúchão de Várzea...o nome pode sugerir, além das disputas pegadas, confusões entre jogadores e torcidas, amadorismo, certo? Errado. Não foi o que se viu na tarde de domingo, durante a Final entre A.C. Milan de Santa Maria e E.C. Portão. A última partida do “maior campeonato de várzea do mundo” teve todos os ingredientes de uma partida oficial de série A: jogo parelho, disputas leais, “casa cheia”, hinos nacional e Rio-grandense antes do jogo, discurso e pontapé inicial do Secretário de Esportes do RS, presença de ex-atleta campeão mundial de clubes, patrocinadores, hidratação para enfrentar o calor de mais de 30 graus – TUDO deixando o jogo eletrizante, do começo ao fim.
O Milan de Sta. Maria foi pra cima da equipe de Portão logo no início do jogo – empurrada por sua torcida que, apesar de menos numerosa do que a de Portão, ficou de pé durante os 90 minutos de jogo. Foi com esse auxílio que o Sta. Maria atingiu uma bola no travessão ainda antes dos 15 minutos iniciais e, aos 18, abriu o placar: 1 x 0.
Isso não esmoreceu a equipe de Portão. Tentando contra-atacar pelos flancos, impunha perigo ao adversário em tentativas aéreas principalmente com Ale Menezes, que podia ter empatado a partida em pelo menos duas oportunidades.
Futebol é mesmo uma caixinha de surpresas. Quando todos esperavam o empate por parte do E.C Portão, foi o Milan que marcou novamente: 2 x0 – placar ao final do primeiro tempo.
No intervalo, mais um show da equipe organizadora da Sport Sponsor: o chute certeiro na latinha do patrocinador rendia prêmios...dezenas de torcedores arriscaram-se no desafio. Também durante o intervalo, gandulas, árbitros e autoridades se refrescaram com isotônicos – assim como os jogadores já o haviam feito na metade da primeira etapa.
O segundo tempo, como era de se esperar, reservava uma série de emoções: pênalti, cartões, expulsões, gols, discussões, interrupções, dramaticidade... TODOS os ingredientes de uma final profissional! Quem não dirá que o jogo poderia ter tido outro desfecho se Edson (de Portão) tivesse marcado o gol de pênalti ainda nos primeiros minutos do segundo tempo? Quem não dirá que o placar poderia ter sido mais elástico, se não fosse pelas decisivas intervenções do goleiro da equipe de Portão? E se o árbitro tivesse dado dois minutinhos a mais...não iria tudo ser decido nas penalidades máximas? E se trocasse esse por aquele, o outro não fosse expulso, aquele impedimento não tivesse sido marcado? Inegavelmente, esse jogo fica para a história do futebol gaúcho, tanto de várzea quanto de qualquer outro tipo.
Faltando pouco mais de 10 minutos, o mesmo Edson que errara o pênalti anterior, descontou para Portão. 2 a 1. Sua equipe ganharia motivação extra no final, mas esse foi o placar final, sagrando Sta. Maria como equipe campeã do Gaúchão de Várzea
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